Aula de Campo - Pinturas Rupestres no Iguará.



Um desrespeito o descaso por nosso passado?  Atualmente, só enxergamos a “modernidade” sem nos importar com o legado de nossos ancestrais? Muitos vêm pensando nessas indagações e buscando formas de influenciar e motivar nesse sentido.
Os sítios arqueológicos guardam registros de pinturas e gravuras rupestres, mas em meio ao avanço tecnológico acabam sendo ignoradas e até depredados. Mudanças são inevitáveis, mas como explicar o nível de técnicas que alcançamos e como chegamos a essa “modernidade”?  É necessário um resgate histórico e cultural para entendermos a atual conjuntura de nosso povo.  Saber importância da história e preservá-la ajuda-nos a não repetir erros e crescer intelectualmente.  A leitura e apreciação de imagens é um bom veículo, mas nada como vivenciar, tocar, estar onde nossos antepassados estiveram promover uma empatia.
A Escola Maria Mirian do Ceará nos mostra como isso é possível.
Alunos da Escola Maria Mirian
Os Professores de História Gilberto e Nete levaram cerca de 60 alunos para uma aula de campo na localidade de Iguará (Hidrolândia/CE), onde se encontra um sítio arqueológico com diversas gravuras rupestres.
 A Tradição Geométrica tem provável origem no nordeste do Piauí, sendo sua maior concentração na região da Serra da Ibiapaba, divisa com o estado do Ceará. Como os povos que frequentavam a região eram caçadores, coletores e agricultores, em suas migrações certamente alcançaram o sertão cearense, deixando uma parte de seus registros iconográficos. As pinturas encontradas no município de Hidrolândia/CE seguem o mesmo padrão das existentes em um dos sítios arqueológicos do Parque de Sete Cidades (Piauí), levando a crer que um mesmo povo frequentou parte da região próxima da Ibiapaba. As pinturas são compostas de grafismos puros, mãos, pés, figuras humanas e répteis.



Algumas Pinturas
As gravuras são provavelmente da Tradição Itaquatiaras do Leste, que estão presentes em leitos pedregosos de rios e riachos do nordeste, marcando pontos de cachoeiras ou locais onde a água era encontrada mesmo na época de estiagem. Esse é o tipo de registro iconográfico que os alunos da Escola Maria Mirian tiveram contato, podendo conhecer uma parte de sua pré-história.
As gravuras visitadas estão presentes no entorno do Poço do Iguará, no Rio do Macaco. Tal poço sustenta água no período de estiagem, o que era um atrativo para essas sociedades de paleoíndios que vinham à região. Iguará é um termo tupi que pode ser traduzido como "lugar onde se bebe água".

Veja mais fotos registradas pelos professores e alunos:

Infelizmente, já se observa sinais de depredação do sítio visitado. Riscos sobrepostos em algumas gravuras foram feitos por algum individuo desavisado da riqueza e importância dos ícones milenares.


O nosso grande mestre e professor Gilberto P Rocha

 Viu como é possível a integração do passado com o futuro?
Leve essa ideia para a sua cidade também, pesquise, converse com os mais velhos da sua cidade, pergunte aos seus professores e descubra um mundo de que você também faz parte.



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