Em 2013 começamos a planejar a subida para o Pico da Bandeira, o terceiro maior do Brasil com 2892mt, no início só estávamos pensando em subir e descer por MG, mas daí surgiu a ideia de fazer a travessia começando pelo ES. Depois de algumas semanas recolhendo informações sabíamos das dificuldades que iriamos enfrentar em relação ao clima, peso e distância percorrida, afinal estávamos com uma cargueira pesando em média 12kg cada. Saímos da capital da Bahia até Vitória/ES no voo das 13h e chegamos às 14:30h, fomos direto para a rodoviária com o apoio do nossa amigo capixaba Beto Gabriel, seguimos direto para Guacuí que fica umas 4h de ônibus, chegamos na pequena cidade por volta das 20h e ficamos no hotel Montevidéu, bastante aconchegante e um valor bastante acessível com um café da manhã maravilhoso. No dia seguinte estava em nosso roteiro pegar um táxi até a cidade de Dores do Rio Preto que fica à 34km e em seguida partir para Pedra Menina que é a porteira para o Parque Nacional Alto do Caparaó, mas acabamos fechando com o taxista para nos levar até o nosso destino final que ficou em média uns 60km, de Guaçuí até a porteira do Parque. Chegamos por volta das 10h e recebemos todas as orientações na portaria, inclusive a grande possibilidade de raios por conta do tempo, pois estava muito nublado e com chuvas constantes, onde o guarda tentou nos convencer a não subir, mesmo tendo feito reserva a mais de 40 dias, mas depois de uma conversa ele percebeu que eramos experientes e acabou liberando a entrada. uffa!
Rodoviária de Vitória/ES com o nosso amigo Beto |
Hotel Montividéu |
Entrada do Parque Nacional do Caparaó, lado do Espirito Santo. |
Começamos a subir no intuito de chegar a Macieira que fica a 9km da porteira para montarmos o campamento mas após 40min de subida o tempo começou a fechar e choveu sem parar, acabamos parando no Centro de Visitantes a 3km, como o tempo não estava a nosso favor decidimos acampar ali mesmo. Montamos as barracas próximo as churrasqueiras para não molharem, no meu caso decidi dormir no banheiro feminino, estava tão limpinho e aparentava ser tão quentinho (me enganei, passei um perrengue por conta do piso mesmo com isolante e saco de dormir). Claro, não havia ninguém além de nós no local. Nosso primeiro dia foi resumido no Centro de Visitantes e a todo tempo estávamos na expectativa do sol aparecer.
Início da Trilha, da pra ter noção do tempo que pegamos no início. |
Próximo ao Centro de Visitantes, Olha como o tempo mudou! |
Acordando no banheiro feminino, estranho mas foi necessário (risos). |
Nosso Almoço. |
Centro de Visitantes, no fundo da pra ver as barracas que foram montadas |
Casa Queimada |
No dia seguinte com uma pequena melhora do tempo mais uma vez nossas metas foram reescritas, a ideia era chegar até o Terreirão sem passar pelo cume do Pico da bandeira, ainda não sabemos se é possível fazer a travessia sem passar pelo cume, mas tínhamos isso em mente. Continuamos a subi sem ao menos pensar em descansar, passamos pela Macieira e mais uns 2,5km chegamos a Casa Queimada, descasamos uns 15min e continuamos a caminhada sem ver o sol e sem saber que ainda tinha 7km de caminhadas ingrimes, pouca visibilidade, ventos fortes, chuva e muito frio.
Companheiro Ismarlei. |
O grupo formado por Ricc Silva, Carlos Henrique Guia Lé, Rodrigo Alves e Ismarlei |
Depois horas subindo e descendo morro, passamos pelo Pico Pedra Duas Irmãs sem ao menos perceber, chequei a pensar que estávamos perdidos porque havia horas que não passávamos por nenhuma placa informando a nossa localidade até que então encontramos uma indicando que restava 200mt para alcançarmos o cume, foi aí que aliviou um pouco a tensão e descobrimos que não estávamos indo para o Terreirão e sim para o cume. Na placa também informava a trilha para o Terreirão mas com o tempo instável sem nenhuma possibilidade de melhora decidimos subir, deixamos nossas cargueiras enroladas com uma lona (estava chovendo) e finalmente conquistamos o cume do Pico da Bandeira.
Cume do lado de MG. |
Cume do lado do ES. |
Essa não é a imagem que muitos gostariam de ver ao chegar no cume mas para passar o que passamos, superar tudo que superamos vai ter que abrir mão do que "muitos gostam". |
Por fim voltamos a trilha mas dessa vez só foi descida, chegamos ao Terreirão depois de 2h de uma caminhada cansativa montamos acampamento. Chegando na base percebemos que a estrutura do lado do ES é sem dúvidas melhor do que a de MG, embora seja mais visitada. No dia seguinte conseguimos ver alguns pontos de sol e decidimos subir mais uma vez, mas o tempo não cooperou, chegando aos 200mt próximos ao cume caiu um pé d'água e acabamos retornando e decidimos que nossa aventura iria acabar ali. De volta ao Terreirão ligamos para portaria e pedimos apoio de um carro para nos buscar na Tronqueira, levantamos acampamento e depois de umas 3horas chegamos no ponto marcado e conhecemos um senhor bastante receptivo com histórias muito engraçadas. Chegando bem próximo a porteira começamos a ver o que nos fez falta durante esses três dias, o sol, clariando a linda cidade do Caparaó.
Amanhecendo no Terreirão |
Aguardando o tempo melhorar... |
Na tronqueira, depois de uma descida bastante cansativa. |
Por fim, Porteira do Parque Nacional do Caparaó de Minas Gerais. |
.:Vídeos:.
Dicas:
•Embora o Pico da Bandeira seja um dos mais visitados no Brasil não podemos subestima-lo, ir com equipamentos adequados é essencial para uma boa aventura.
•Nós fomos no mês de Março que é um período onde quase ninguém vai visitar o parque, por isso só havia nosso grupo, e a melhor época para visita-lo é em Junho/Julho.
•Para visitar o parque tem que ser feito a reserva com antecedência pelo site: http://www.icmbio.gov.br/parnacaparao
•É fácil contratar um Jipe que leve até a primeira base de acampamento na Tronqueira que fica do lado de MG com custo em média de $100,00.
Telefones:
•Portaria de Alto Caparaó:(32) 3747 2086
•Hotel Montevidéu, Guaçuí/ES: (28) 3553-2002
•Hotel Montevidéu, Guaçuí/ES: (28) 3553-2002
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